Sob outros tons, mas desde esforços comuns, juntos somos trazidos também ao belíssimo registro que é a obra de Marli Silveira. Talvez não haja espaço institucionalizado tão afeito ao silêncio e à supressão da voz quanto o ambiente carcerário. Não obstante, aquilo que aparentemente se cala grita em poesia, em experiência, em tempos de vidas que teimam em dizer. Presos, porém jamais encerrados ou acabados. Eis a vida que as baterias de guerra do sistema penal o cárcere é apenas uma delas sempre tentarão calar. Mas sempre restarão histórias, traços que rasgam a paralisia de um tempo confinado diante do horror cotidiano derivado da lógica da violência legitimada .... Aqui a ingenuidade de qualquer convict criminology que possa pressupor a imunidade daqueles que sofrem as violências das mesmas forças que os oprimem passa longe. Trata-se, antes de tudo, de fazer com que tomem a palavra e que das experiências surja um saber político. Se a prisão é um instrumento de repressão social, modo escandaloso de gerir diferencialmente as ilegalidades, romper a infâmia do seu sucesso, além de superar a hipocrisia reformadora, constitui tarefa primordial e impostergável. Que instantes como estes, retratados em livro, sirvam de inspiração e de força comuns. Augusto Jobim do Amaral
Peso: | 172 g. |
Páginas: | 112 |
ISBN: | 9788555271045 |
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