Inúmeros estranhamentos nos tomam quando mergulhamos em A morte de Vivek Oji, de Akwaeke Emezi, o que não quer dizer que a obra será de difícil compreensão. Estranhamentos com os nomes próprios, muito distintos dos que usamos por aqui e que só com o avançar da leitura descobriremos se se referem a homens ou mulheres, como Osita, Kavita, Chika, Vivek, Nnemdi e outros tantos. Com os termos inusitados que aparecem por todo o romance, sobretudo nos diálogos, mas não apenas neles, como abeg , nna mehn , nko etc. Estranhamentos com questões culturais, indicativos da pouca intimidade que temos com a(s) história(s) da Nigéria, como no caso das Nigesposas. No entanto, a despeito desses estranhamentos, será difícil abandonar a leitura. Enredo fluido, conduzido a partir de idas e vindas temporais e múltiplas perspectivas, nele acompanharemos as vidas de personagens que orbitam ao redor de Vivek, cuja morte é anunciada já no título, mas que só com o avançar da trama entenderemos como ela se deu e o que significa. Narrativa de descobertas e reinvenções, atravessada por questões de gênero que ora são profundamente desconhecidas, ora bastante familiares, tudo magistralmente orquestrado numa obra de autoria não binária que, na prática, é uma excelente resposta a quem ainda hoje insiste em reduzir existências trans a uma história única.
Peso: | 300 g. |
Páginas: | 224 |
ISBN: | 9786556923178 |
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